Entendendo o risco sistemático: tipos e um exemplo

Investir no mercado de ações requer conhecimento e compreensão por causa do risco que ele contém. O risco sistemático é um dos principais do mercado. Vejamos abaixo o que é, em que tipos está dividido, e se você pode diminui-lo.

Definição de risco sistemático

Sistemático é o tipo de risco que afeta todo o mercado ou sua seção significativa. Ninguém pode diversificar este risco mantendo uma carteira diversificada de ativos específicos, uma vez que ele afeta todo o mercado, portanto também referido como risco não diversificável ou de volatilidade. 

O risco sistemático não afeta um único ativo, mas um grupo de instrumentos relacionados. Este tipo de risco é frequentemente causado por coisas ou eventos que um único indivíduo não pode controlar, tais como instabilidade ou eleições, políticas monetárias, recessão, desastres naturais e inflação.

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Diferença entre risco sistemático e não sistemático

Risco não sistemático é o oposto de um risco sistemático. É o tipo de risco cujos fatores específicos só afetam uma determinada indústria ou ativos individuais. É chamado também de risco de mercado ou diversificável, uma vez que é possível controlá-lo através da posse de uma carteira de investimentos bem diversificada.

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Por exemplo, se um determinado negócio experimentar um declínio no valor de sua marca ou uma diminuição de suas vendas, pode resultar no menor valor de seus títulos. Se você tivesse investido nas ações desta empresa, experimentaria um risco não sistemático. Entretanto, se você tivesse uma carteira diversificada de ações em muitos setores diferentes, o efeito do declínio nessa empresa seria reduzido.

Tipos de riscos sistemáticos

O risco sistemático vem em diferentes tipos, e os principais são:

1. Risco da taxa de juros

É causado por mudanças nas taxas de juros e, na maioria das vezes, afeta o valor dos ativos de renda fixa, tais como títulos, debêntures e o custo do empréstimo. O preço de tais ativos é inversamente proporcional à taxa de juros do mercado, sendo, portanto, muito afetado por este risco.

2. Risco político

Este tipo de risco acontece devido às incertezas políticas causadas por eleições, mudanças nas políticas governamentais e eventos geopolíticos, entre outros. 

3. Risco de mercado

As mudanças no preço dos ativos são a principal causa do risco sistemático; portanto, o termo risco sistemático também é chamado de risco de mercado. Ele ocorre quando os investidores tendem a seguir uma certa direção do mercado. Portanto, se o mercado decrescer, o resultado será também um declínio no desempenho do preço das ações de empresas cujo desempenho tem sido bom.

4. Risco de inflação

Este tipo também é conhecido como risco de poder de compra. A inflação refere-se a um aumento consistente e sustentado do nível de preços dos bens em uma economia, o que resulta na erosão do poder de compra dos fundos. Portanto, para o número de fundos que as pessoas pagam, anteriormente era possível comprar mais bens ou serviços. Da mesma forma, se a renda dos investidores não aumentar durante a inflação, isso significaria sua menor renda em termos reais.

5. Risco cambial

Este tipo de risco está relacionado a flutuações e incertezas nas taxas de câmbio entre diferentes moedas. Pode afetar o valor de investimentos internacionais e empresas que transacionam títulos cambiais, incluindo ouro, e aquelas que lidam com exportações e importações de produtos ou matérias primas.

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Exemplo de risco sistemático

Um excelente exemplo de risco sistemático é a Grande Recessão, que durou de 2008 a 2009. A maioria dos investidores foi afetada, especialmente aqueles que colocaram fundos em títulos alavancados, mais ainda o crédito hipotecário (subprime mortgage), que pertence a um grupo de títulos mais arriscados. Estes títulos foram vendidos em grandes quantidades porque seu valor havia diminuído e as taxas de juros aumentado, enquanto outros títulos sem riscos, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, aumentaram de valor.

Como saber o risco sistemático de um ativo?

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Para determinar o risco ou volatilidade sistemática do ativo ou carteira na qual você deseja investir (em relação ao mercado), você precisa calcular seu coeficiente beta. É igual à covariância (retorno de ações, retorno de mercado) dividido por variância (retorno de mercado). Aqui está a fórmula a ser aplicada:

Coeff (β)=Cov (Re​, Rm​)/Var (Rm)

Uma vez que você calcula e obtém o valor para beta, eis como você pode interpretar isso:

β < 1 significa que o investimento tem menor risco/volatilidade sistemática do que o mercado.

β = 1 significa que o risco sistemático de seu investimento é igual ao risco de mercado.

β > 1 significa que a carteira na qual você deseja investir tem maior volatilidade em comparação com o mercado.

Como gerenciar o risco sistemático?

Você não pode eliminar completamente o risco sistemático devido à sua natureza de ser inerente ao mercado. No entanto, você pode sempre gerenciá-lo utilizando diferentes abordagens, como por exemplo:

1. Diversificação

Você pode diversificar sua carteira investindo em diferentes ativos, pois isso ajudará a reduzir o impacto do risco. Basta distribuir seus investimentos por várias classes de ativos, regiões geográficas e indústrias.

2. Cobertura (Hedging)

Uma estratégia de hedging (cobertura) ajudará você a tomar uma posição de compensação em diferentes ativos, o que, por sua vez, reduzirá o impacto dos movimentos do mercado. Por exemplo, você pode usar opções ou contratos futuros para se proteger contra o risco do mercado.

3. Alocação de ativos

Você também pode gerenciar riscos sistemáticos alocando uma parte de sua carteira para uma classe de ativos com menor volatilidade, como imóveis ou títulos que ajudarão a reduzir o impacto das flutuações do mercado.

Conclusão

A análise do risco sistemático é muito vital para cada investidor. Você não só terá o quadro geral de toda a economia, mas também saberá o que fazer para diminuir os riscos associados ao investimento em uma determinada carteira.

Observe que o risco sistemático pode não ter a mesma magnitude em todos os setores da economia. Portanto, você deve avaliar o risco inerente a cada empresa ou indústria em que deseja investir, examinando-o isoladamente.